segunda-feira, 26 de abril de 2010

Sobre o perdão que nos liberta!

Vivemos tempos difíceis. Ainda mais na dimensão dos nossos relacionamentos. Há uma espécie de epidemia atacando as pessoas na sua interioridade. Quer na família, no trabalho ou nos encontros sociais, estamos sempre nos deparando com alguém muito triste, deprimido, agressivo, rancoroso, mesquinho. O certo é que a incidência de pessoas emocionalmente enfermas é impressionante. Muitos estão vivendo sem qualquer alegria, fragilizados em sua autoestima, desmotivados.

Muitas são as tentativas de explicar a tamanha tragédia, tendo em vista a complexidade da vida humana. Todavia, há um fator que me parece estar no centro de muitas destas enfermidades da alma: a nossa baixa capacidade de amar. Ocorre que a experiência do amor só é vivida plenamente associada a outra: a de perdoar. A incapacidade de liberar o perdão está na gênese de muitos distúrbios emocionais. Amar e perdoar são as duas faces de uma mesma moeda, que traz a paz.

Famílias são desagregadas, sonhos desmoronam rapidamente, relacionamentos significativos são quebrados, rostos, antes marcados pelo sorriso, agora refletem tristeza e amargura. O que está por trás de tudo isso, senão a falta de amor como consequência da falta de perdão?

Liberar perdão é promover a liberdade da alma; negá-lo é aprisionar a alegria e adoecer o coração. Somente o perdão tem poder de quebrar nossas amarras interiores. Ele é uma espécie de detergente da alma, lavando as impurezas e os sentimentos mesquinhos que se formam ao longo dos anos e podem transformar o coração num depósito de lixo afetivo, poluindo a existência e infectando a vida.

Sem liberar o perdão, vivemos sempre aprisionados por correntes que nós mesmos nos permitimos colocar, e mergulhamos numa existência escura sem brilho algum. Nossos dias tornam-se densos; as noites, sem paz; as manhãs, sem esperança. Liberar o perdão é resgatar o arco-íris, como sinal de alegria que brota outra vez. As pessoas que resistem ao perdão, tanto em conceder como em pedir, via de regra são infelizes, embora a maioria delas consiga fingir, canalizando para as coisas materiais sua atenção. Tornam-se escravas da aparência e da superficialidade. Mudam o foco da vida, apegam-se às coisas e fogem das pessoas.

O amor é o melhor remédio para a alma, e o perdão é a experiência mais libertadora para o coração. Nenhuma sensação pode ser comparada com a paz de um coração liberto!

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